9 de outubro de 2013

Desbatismo sagrado



Desafio Poético com Imagens - Imagem: Laura Ballesteros


(Para Carla Diacov)

Não há lá nem cá
Se o olhar for líquido
E a pupila derramar
Na íris o seu amor.

Olhar de abismo
Traz a inocência
No fundo do poço.

É preciso precipitar-se
Estilhaçar a pele de vidro
Criar estrelas de si ao
Partir-se em inteirezas
Na maciez vertical do céu .

O axioma algema a menina
...estende-se em negra muralha:

a realidade emburrece!

Me deixa gritar: desacredita!
Recolhe preces, diplomas
Desbatiza a branca alma
Com as cores infinitas do impossível!

Vem aqui e me diz
Quantos anos tens!

– eu não fazi anos, eu sou de sempre!

5 comentários:

Unknown disse...

"cores infinitas do impossível"

isso é demais



beijo

p.s. a Carlinha merece

Breve Leonardo disse...


[infinita a infância,
na perda, nos ganhos, no lugares,

nossa infância,
onde a eternidade começa por ser um lugar.]

um imenso abraço, Tania
Saudade!

Lb

Cris de Souza disse...

Aqui pra nós: bela oração!

Beijos.

Unknown disse...

ser de sempre à revelia do tempo - como isso é lindo e nos veste de palavras, sobretudo daquilo quanto sentimos e que nem sempre a palavra compreende.

beijos, taninha e carla!

José Carlos Sant Anna disse...

As palavras na sua mão são sempre um instante de luz: um grito preso na garganta que explode na escrita, na poesia. Um belíssimo poema e, como disse o Assis, a Carla merece!
Beijos, Tania!