Olha, será que ela é
moça, será que ela é triste, será que o contrário...
Acho que Bia,
nos seus 14 anos, ainda não sabe da beleza da canção “Betariz”, de Chico
Buarque, ídolo do pai, que a mãe também ama. Ela ainda curte as músicas que
traduzem seu universo de adolescente, em tempos de redes sociais e de vampiros
e zumbis. Mas a canção será ouvida, um dia, por ela, e seus olhinhos falantes
dirão da emoção que haverá de sentir.
Olha, Será que ela é de louça, será que é de éter...
De que mundo
veio essa criança que se emociona e chora com música clássica – eu me
perguntava quando Bia era ainda bem pequenininha, e enchia os olhos de
lágrimas, ainda sem saber traduzir o impacto das músicas em sua alma sensível.
O ligeiro estrabismo que possuía, e que as lentes corrigiram, tinha, pra mim,
um significado profundo. Era evidente que concentrava o olhar no mundo
invisível, e isso explica por que, certa vez, contornou – com as mãos distantes
– o que seus olhos enxergavam em torno do corpo de uma visita. Via, certamente,
um campo de luz que não podíamos ver. E, curiosa e perspicaz como sempre foi,
levou a mãozinha para descobrir e tocar o mistério recém-descoberto.
Se ela mora num arranha-céu, e se as paredes são feitas de giz...
Escolher o nome
de alguém é tarefa muito séria, eu acredito. Certamente a mãe e o pai sabiam o
significado do nome “Betariz ("aquela que traz felicidade", da
palavra beatus, que significa "bem-aventurada",
"abençoada", "feliz"). Não sei até que ponto o nome
influencia na personalidade, mas acredito, sim, que exerça alguma influência.
Só não sei se Bia traz felicidade porque seu nome a influenciou, ou se recebeu
esse nome porque os pais pressentiram que ela traria tanta felicidade a todos nós. Verdade é que
ela é a cara da alegria, e quando sorri todas as nuvens se dissipam, a vida
fica mais bonita e o sol estende seus raios sobre todos em sua volta.
Sim, me leva pra sempre, Beatriz, me ensina
a não andar com os pés no chão, para sempre é sempre por um triz, ai, diz
quantos desastres tem na minha mão, diz se é perigoso a gente ser feliz...
Quando o tempo
passar, Bia, e você já for uma adulta, ouve essa canção tão bela e descobre
sobre Chico, Dante e amores intangíveis. Descobre, sobretudo, sobre a emoção de
ter encontrado você e de ter achado que vale a pena esperar a hora de seu
sorriso, que faz da vida uma festa!
12 comentários:
A vida é rasa,ofereço-lhe um par de asas!Beijos no coração!
a vida vale a pena por esses instantes,
beijos
Bia é uma estrela e a tia é a constelação. beijos Eleuza
Puxa, Tania, procurei algumas palavras para dizer-lhe o quanto está bonita essa declaração de carinho e afeto e não as achei. Por isso, digo com simplicidade o texto está muito bonito.
Bia é uma moça predestinada mesmo!
beijoss,
ah, minha Taninha, como o amor é capaz de tanta beleza!
é uma estrela! o sorriso não nega o brilho
bj, meu, minha queridona
sim,
é uma estrela.
uma estrela de sorriso luminoso.
beijão,
r.
Bia é estrela e Tânia é observadora perspicaz, dessas que tem olhos de contemplar e voz de dizer.
do que vale a pena levar para sempre, para dentro do tempo. eis o sorriso-milagre que afaga e define.
beijo, taninha!
ô Tanita, que bela narrativa sobre o afeto...
sei bem a emoção que é o sorriso dessa gente nossa, que nasceu para nós.
comovente.
um beijo.
Maravilha, Tania! Amo essa música, e na certa Bia vai amar também.
Beijo grande.
Sim sim salabim! Beatriz só pode ser estrela de primeira grandeza, inclusive reluz uma em meu universo- minha irmã assim se chama.
E Chico é uma constelação por si só.
Outro beijo!
Procuramos por estrelas no céu, mas muitas vezes elas se encontram aqui pertinho de nós com todo o seu brilho.
Esse sorriso lindo e esse amor que você demonstra valem por uma constelação.
bjs
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