Com o olhar dos deuses
Ficaram desertos meus olhos
Apagou-se o facho
Que acendia a íris
Esmaeceu-se nos céus
O arco-íris
E uma rima escapou-me
Sem eu querer.
Um punhal incandescente
Removeu um globo ocular
E descobri que os deuses
Amavam-me pela metade
Como se soubessem que
a dois senhores eu pertencia.
a dois senhores eu pertencia.
Era luz e escuridão
Êxtase e terror
Era amor dividido
Entre a noite e o dia.
14 comentários:
duas faces que se dão
em amor sem dilema
pelo poema
abração
essa dualidade que nos habita...
Tânia, lembrei daquelas pessoas que tem olhar ensolarado, sabe? acho que todo mundo conhece alguém assim, os olhos sempre brilhando, parecem que trazem a luz do dia...acho tão bonito, queria ter olhos assim, sempre penso nisso, gosto da sensação que eles transmitem. Mas não são, meus olhos têm luz e sombra, revelam e ocultam, por mais transparente que sejam (e são).
belo poema, "a dor e a delícia de ser como é"
beijo!
É Essa dualidade que te permite ao largar pela folha palavras, formar incríveis Poemas.
dialeticamente entre os opostos, como um feitiço da lua
beijo
parece-me um pouso Nietzsche isto, gostei da imagem do punhal...
abraços
Amor pela metade causa o dobro de tudo!
beijosss
E somos ora luz, ora escuridão
ainda às vezes ficamos entre um e outro
multifacetados
Beijão, Tânia!
Teus olhos ficaram desertos para
serem habitados pelo poema que é o
elo entre a noite e o dia: a UNIDADE fêz-se presente!, pois a poesia tem esse poder encantatório!
beijos
Belíssimo esses versos encobertos por vezes em violetas tímidas. Beijos
Entre a noite e o dia, o deserto nos olhos. Uma tonalidade gótica, uma dualidade de tons a lembrar que todos somos um tanto bipolares.
Adorei, Tânia.
Beijo.
entre a noite e o dia tecestes uma bela poesia.
um duplo beijo, violeta!
O corpo e alma
inteiros
Tânia,
A vida ensina-nos que as certezas são cantos de sereia, e que cada um tem que dar sustentáculo à sua realidade, traduzido na construção de pontes entre as diversas ilhas. É neste contexto que vale a pena apostar na engenharia. ;)
Beijo :)
quanto da inteireza se constrói a partir das dualidades? - "querendo quero o infinito/ fazendo nada é verdade [f. pessoa]
beijinho, querida amiga!
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