Desunidas
Sílabas se abrigam
Nas dobras do silêncio
E ocultam a palavra
Que não pode ser dita.
A bendita palavra
Tem força de ventania
E arrebata do rosto
A máscara da agonia
Que aprisiona o deus
Sob a pele pálida do homem.
E é calado diante do espelho
Que o homem de carne flácida
Começa a despedir-se de
Sua última máscara.
Sílabas se abrigam
Nas dobras do silêncio
E ocultam a palavra
Que não pode ser dita.
A bendita palavra
Tem força de ventania
E arrebata do rosto
A máscara da agonia
Que aprisiona o deus
Sob a pele pálida do homem.
E é calado diante do espelho
Que o homem de carne flácida
Começa a despedir-se de
Sua última máscara.
16 comentários:
Tânia, tomei como o mais gratificante dos elogios o seu comentário lá no Diário, e de alguma forma o retribuo aqui com o mesmo termo: inquietante. Você foi a fundo nesse poema, seguindo, aliás, a trilha aberta desde que você voltou a postar com mais frequência. Venho sentindo uma mudança de clave aqui, uma mirada menos emotiva e mais filosófica nos abismos das nossas contradições. Não sei se expresso bem a minha intuição a esse respeito. Mas tudo bem.
Achei sobretudo admirável a última estrofe com essa rima quase cabralina entre flácida e máscara!
Abraços!
Muito bom. Máscaras... elas e nós.
Olá Tania!
Às vezes acho que nossa vida está sempre nas entrelinhas...
Belo poema!
Bjs
Mila
Um beijo para você Tânia.
Por suas palavras aqui,
por suas palavras também na Matriz.
Gisela
Magnífico poema, minha querida Tania Regina!
O homem de carne flácida...
Muito, muito profundo!
Bravo!
Abraço bem apertado, amiga!
"cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai não fica nada'
beijo
Excelente, Tânia!
Quando sairá um livro seu?
Parabéns pelo entrelaçar das palavras e o aprofundar dos significados conduzidos por símbolos que nos falam de perto.
Abraços,
Celeste Carneiro
a representatividade existentente em seus versos nos encaminha aos mais variados destinos...
abraços!
"A máscara da agonia
Que aprisiona o deus
Sob a pele pálida do homem"
e si por aí muitos homens e mulheres tivessem isso comocerto,muitas dores seriam evitadas
taninha,
não será o homem a face mais espúria das palavras desferindo golpes sangrentos sob a pátina da erudição? e pela palavra se ergue homem, herói, deus. tragam os espelhos - a carne é flácida, pois então... vede!
comprem-se os silêncios (e as máscaras desprenderão os rostos pegajosos que se escondem, trans-lúcidas).
textaço este!
beijinho, querida amiga!
Seria um excelente sinal a queda da máscara, mas infelizmente o homem continua a ter pavor da sua nudez...
Gostei muito!
Beijo :)
caerá la máscara.
podrán decirse todas las palabras?
besos*
Maravilha de blog, eu li os post recentes, foi uma viajem com toda a minha percepção aguçada absorvi teus poéticos post num banquete degustado pela alma, parabéns teu blog é demais de lindo!
Não há máscara que resista ao espelho.
Beijos.
Uma morte e um nascimento...
nascer é uma morte
morrer
é retornar...
um beijo Rita
meu Spirituals agradece
a sua mensagem.
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