Tiro a tinta verde
Da parede invisível
Quero agora o impossível
Da minha cor primeva.
Hei de emudecer
Por longos anos
E aprender a palavra única
Que traduza os infinitos
Que teimo em dizer.
No espelho
Olhos de abismos me tragam
Até desvanecer o alarido
Do meu semblante.
9 comentários:
Todos ambicionamos conhecer a palavra primitiva, aquela que define o verdadeiro nome das coisas...
(A sua sensibilidade toca sempre)
Beijo :)
O ser "ego" é barulhento, tumultuado,
incontido... ás vezes, precisamos calar a natureza mais vil para que ouçamos os sons primevos do abismo do qual fugimos... nosso eu verdadeiro e puro.
Minha cara, que 2011 seja repleto de alegrias e realizações que a façam muito feliz.
Beijokas.
traduzir os infinitos, quem dera
poesia de profundis
beijo
Arrebentou nesta, Tania. Maravilhosa!
Aplauso empolgado!
Adorei demais.
Quanta profundidade...
Tânia, esses olhos de abismo é que te fazem enxergar tão fundo
um beijo
e muitos dias de dizeres sobre os infinitos
e todos os dias de pensamentos de luz
Tania Lindo gostei mas gostava de conhecer o que é permitido. Feliz 2011 e que o novo ano traga tudo de bom para ti e familia.
Beijos
Santa Cruz
Tingir
emudecer
observar
Adeus, ano novo!
É daqueles poemas em que a primeira pessoa do singular ressoa como plural ao falar de ânsias e inquietudes de todo humano, do humano animal metafísico.
Vem do mesmo fundo denso de onde surgiu o "Face Côncava".
Que bom que apenas quatro dias os separam como postagem!
Abraços, Tânia.
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