5 de outubro de 2010

Branco silêncio


Palavras encardidas pelo uso:
lavei-as!
E à moda antiga
Como faziam minha mãe
E minha avó.
Esfreguei, fervi, quarei
Derramei sobre elas o anil
E ainda espero que o vento seque
Cada palavra estendida
Sobre os paus secos do varal.
Palavras encardidas pelo uso:
Deixei-as...
E é com branco silêncio
Que expresso agora os meus anseios.

33 comentários:

Maria Emilia Xavier disse...

Seja benvinda em seu "branco silêncio". É muito importante ter a coragem de parar e nos olhar...Mas mais importante é fazer o que achamos ser necessário modificar.

Bípede Falante disse...

Tânia,
Viu como você me entende?
Como a sua poesia nos define?
Como compreende o silêncio?
Linda poesia.
bj.

Wania disse...

Tania

Lindo varal de palavras em paz!



Saudade de ti,
Bjão, amiga!

Ives disse...

olá, muito lindo, as vezes o silêncio é a nossa maior fonte de conhecimento, abraços

Unknown disse...

muito bem expressado esse teu silencio, branco

beijo

Marcantonio disse...

Que bom que retornou, Tânia! E para aumentar a minha satisfação você o fez com esse poema claro, enxuto e que tanto diz sobre o silêncio e o uso das palavras!

Abraços.

Zélia Guardiano disse...

Lindo demais, Tania Regina!
Ai, senti até o cheirinho de roupa limpinha... E visualizei o azul do anil, amarrado num paninho branco, que as mais antigas chamavam "boneca"...
Abraço e beijos, querida!!!

Mar Arável disse...

Nunca é tarde para voar

silvia zappia disse...

blanco silencio
limpias palabras
guardadas
hasta que
amanezca



besos*

João A. Quadrado disse...

[... um momento para o silêncio,
um momento para o que nele se contrafaz,

a palavra que se faz regressar, à luz do astro que a aninha e seca]

um imenso abraço, Tânia

Leonardo B.

Pólen Radioativo disse...

Tania, querida...
E o anil que derramas é aquele tipo de azul que tudo clareia.

Feliz em ler-te de novo :)!!!

Um beijo.

Anônimo disse...

Seu branco silêncio fala mais à alma do que as palavras encardidas. Linda poesia.

Anônimo disse...

Uma sensação que todos nós carregamos com nossas palavras.
Muito bom, as suas, para mim, pareceram bem alvas!

Beijo.

Arnoldo Pimentel disse...

Muito lindo seu poema, parabéns e tudo de bom pra você,beijos.

Cris de Souza disse...

Apreciei o palavreado, coisa fina teu varal.

Beijo.

(Um prazer tua presença no trem, obrigada pela visita)

EU VENCI O CÂNCER! disse...

ei tudo bem passa la no meu cantinho tem selinho

Machado de Carlos disse...

Olha só a volta do anil quarando as roupas nos varais!
Que bom, inda lembro-me do Anil Imperial! Foi um tempo de poesia.
Um “Salve” especial para você, minha Grande Amiga!

Um Beijo de Coração para Coração!

Tânia Marques disse...

Lindo o seu blog! Tem um selo para ele no meu Degrau Cultural (www.degraucultural.blogspot.com) Beijos

Unknown disse...

É isso que muita gente precisa fazer em seus vocabulários. Lavar, enxaguar e secar, deixando-o branquinhos como as do seu varal.
Abraço

ju rigoni disse...

Branco silêncio. Alvo. É um belo poema.

Bjs, Tania. E inté!

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

palavras encardidas que já não tem nem emoções , vazias vão se reproduzindo sem criar nada, o teu poema é meta-linguagem, apalavra falando da palavra se re-inventar

Anônimo disse...

Que coisa mais linda Tânia... Quisera eu ter o dom de lavar toda sujeira de alguma palavras minhas. Uma poesia forte e que em mim incitou reflexão. Adoro isso!

Um super beijo!

Jorge Pimenta disse...

amiga tânia,
regressas com palavras que o uso jamais denegrirá: as da poesia. daqui te saúdo! daqui ergo a taça a um tão ansiado regresso!
um beijinho!

Rita Contreiras disse...

O silêncio é a mais completa palavra. Toda palavra é um fragmento da tentativa de explicar esse silêncio que nos define.

Cadinho RoCo disse...

Na brancura do querer o perfumado e quieto gesto banhado em corpo limpo.

Anônimo disse...

Tania: Sejas bem-vinda com o teu silêncio branco, um lindo poema.
Beijos
Santa Cruz

Anônimo disse...

Ah, que bom que vc voltou, e de alma lavada!
Nessa página limpa, onde agora brotam os desejos mais puros e límpidos!

beijinho querida, bem vinda, e pode ir contando tudo dessas férias, viu!

Anônimo disse...

Incrível este poema! O final é um sobressalto.

Palavras de uma beleza alva.

Lindo, lindo.

Voltarei aqui.

Gerana Damulakis disse...

Muito muito muito bacana. Tiro o chapéu para seu talento.

Machado de Carlos disse...

O branco é lindo. É luz em cada coração!

beijos!

Unknown disse...

lindo mesmo esse silência aí pleno transparente....beijo Tânia

Machado de Carlos disse...

Inda correm em minhas lembranças de quando eu era criança, lá no estado do Paraná. Ainda era sertão. As casas eram de tábuas. Minha mãe lavava roupas lá no córrego e batia a roupas naquelas tábuas, metades dos troncos de árvores.
Colocava as roupas num gramado com anil.
Boas lembranças!
Obrigado pela sua leitura. Nossos versos lhe agradecem.
Beijos com carinhos!...

A.S. disse...

Tânia...

O branco é onde todas as cores se escondem!


Beijos
AL