21 de julho de 2013

Óleo sobre tela: “Agonia”.







Desafio Poético com Imagens - Arte: Ann Keel




Desexisto:

faço arte
dessa espera vã.

Meu sexo já
não passa de
borrão carmim
e metade de mim
baila o gesto frio
da despedida.

Amanhã serei vista
na parede insípida
de uma pobre galeria
como arte abstrata
de um obscuro artista.

Desexisto aos poucos:

a ausência é mestra
em criar poesia com as cores
e transformar amores em agonia.


6 comentários:

Joelma B. disse...

até letra muda tem cor... pra não morrer de vazio!!

beijo, poeta!

José Carlos Sant Anna disse...

A construção de um espaço no poema em que a solidão, o vazio se faz necessário à valorização da criação descoberta, transformando-a qualitativamente, permitindo as indagações implícitas contidas no texto.
Beijos, Tania,

cirandeira disse...

Transformar agonia em poesia é tarefa das mais árduas, mais ainda quando precisamos reimprimir os traços e as cores do borrão que um dia foi vivo, foi real. Tudo poderia se dissipar, caminhar para a invisibilidade, não fosse a Arte!

beijo grande, querida poeta!

Unknown disse...

desexistir: de que matéria informe nos desfazemos



beijo

Unknown disse...

a desexistência: anti-herói em purga (in)evitável sobre cada abismo meu.
maravilha de textos!!!

beijos, taninha!

Cris de Souza disse...

Penso que é uma obra-prima...