Desafio Poético com Imagens - Arte: Ann Keel
Desexisto:
faço arte
dessa espera vã.
Meu sexo já
não passa de
borrão carmim
e metade de mim
baila o gesto frio
da despedida.
Amanhã serei vista
na parede insípida
de uma pobre galeria
como arte abstrata
de um obscuro artista.
Desexisto aos poucos:
a ausência é mestra
em criar poesia com as cores
e transformar amores em agonia.
6 comentários:
até letra muda tem cor... pra não morrer de vazio!!
beijo, poeta!
A construção de um espaço no poema em que a solidão, o vazio se faz necessário à valorização da criação descoberta, transformando-a qualitativamente, permitindo as indagações implícitas contidas no texto.
Beijos, Tania,
Transformar agonia em poesia é tarefa das mais árduas, mais ainda quando precisamos reimprimir os traços e as cores do borrão que um dia foi vivo, foi real. Tudo poderia se dissipar, caminhar para a invisibilidade, não fosse a Arte!
beijo grande, querida poeta!
desexistir: de que matéria informe nos desfazemos
beijo
a desexistência: anti-herói em purga (in)evitável sobre cada abismo meu.
maravilha de textos!!!
beijos, taninha!
Penso que é uma obra-prima...
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