24 de julho de 2013

Coito de alumbramentos



Arte: Jaroslaw Datta.




Os ciprestes
ressequidos
do meu sexo

O silêncio
inflamado
do meu peito.

No meu leito
final, enudeço
como quem se
entrega à paixão.

A mão inerte
busca no peito
o amor devoto
o ventre floresce
ainda de desejo.

Morrer é coito
de alumbramentos
poesia lírica de
um corpo inerte.

A Morte é um homem
cujo olhar de abismo
amortece qualquer resistência.


10 comentários:

Joelma B. disse...

a morte tem caras tantas e todas tão conhecidas!

linda lira, poeta!!

beijos!

cirandeira disse...

Texto forte, fiquei muda, não sei o quê dizer, Tânia!!!

um beijo!

José Carlos Sant Anna disse...

Invento-te um nome lírico para um poema tão desabrido, para esta tua reinvenção da linguagem para uma suposta conjugação de corpos, minha querida bruxa.
beijos,

Lázara papandrea disse...

eita!coisa profunda que é flor que é corte que bate forte na gente! beijo

Unknown disse...

morte e vida em comunhão na definição mínima do corpo - um poema perfeito que me devolve ao silêncio desse pequeno ponto baço que não deixa de ter luz própria.

beijinho, querida amiga-poeta!

Ira Buscacio disse...

meus pés caminham para sua poesia, e morro nelas, sem resistência

Bravo!

bjão, minha queridaça

Cris de Souza disse...

Isso que é uma leitura irresistível...

Beijo, Violeta!

Cris de Souza disse...

*Poema de peso.

André Foltran disse...

Muito bom, Tânia. Gostei do blog e dos escritos, seguindo já.

Grande abraço!

Ana Cecilia Romeu disse...

Taninha,

"A Morte é um homem
cujo olhar de abismo
amortece qualquer resistência."

Maravilhoso!
Para cada fim, um começo à mesma medida, de morte e de vida, de tudo um pouco.

Beijos!