Arte: Jaroslaw Datta.
Os ciprestes
ressequidos
do meu sexo
O silêncio
inflamado
do meu peito.
No meu leito
final, enudeço
como quem se
entrega à paixão.
A mão inerte
busca no peito
o amor devoto
o ventre floresce
ainda de desejo.
Morrer é coito
de alumbramentos
poesia lírica de
um corpo inerte.
A Morte é um homem
cujo olhar de abismo
amortece qualquer resistência.
10 comentários:
a morte tem caras tantas e todas tão conhecidas!
linda lira, poeta!!
beijos!
Texto forte, fiquei muda, não sei o quê dizer, Tânia!!!
um beijo!
Invento-te um nome lírico para um poema tão desabrido, para esta tua reinvenção da linguagem para uma suposta conjugação de corpos, minha querida bruxa.
beijos,
eita!coisa profunda que é flor que é corte que bate forte na gente! beijo
morte e vida em comunhão na definição mínima do corpo - um poema perfeito que me devolve ao silêncio desse pequeno ponto baço que não deixa de ter luz própria.
beijinho, querida amiga-poeta!
meus pés caminham para sua poesia, e morro nelas, sem resistência
Bravo!
bjão, minha queridaça
Isso que é uma leitura irresistível...
Beijo, Violeta!
*Poema de peso.
Muito bom, Tânia. Gostei do blog e dos escritos, seguindo já.
Grande abraço!
Taninha,
"A Morte é um homem
cujo olhar de abismo
amortece qualquer resistência."
Maravilhoso!
Para cada fim, um começo à mesma medida, de morte e de vida, de tudo um pouco.
Beijos!
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