Arte: Yves Lecoq
começa pelos olhos
uma revolução:
atenta-te para isso.
há um cheiro fétido
de movimentos repetidos
necrose nos pescoços conduzidos
pelas mãos viciadas
do maestro
começa pelos olhos
uma revolução:
atenta-te para isso.
antes de libertar
tua fúria, fecha os olhos
incendeia os cílios ressecados
forja a sonolência dos gados
acomodados e então vai:
que o punhal perfure tua íris
entoando o refrão vermelho
que tingirá a manada entorpecida.
10 comentários:
Bela poesia Tania.
Bom resto de Domingo.
que nos revire os olhos
e revolta os sentidos
abs Tânia
E começando pelos olhos, sinto-me
fortemente tocada pela imagem dos bois acuados e imóveis diante da figura mestra!
Teu poema ecoa como um berrante a
chocalhar multidões apáticas, indiferentes e/ou ensimesmadas!
Belo berro poético!!!
beijos, Tânia
o refrão vermelho
rubros sons de uma sinfonia
beijo
cegueira para melodias azuis onde cada imagem é apenas incêndio em deturpação oblíqua - adorei, taninha... porque senti, mais do que vi.
beijo!
Uma conversão extraordinária que você fez da imagem: um olhar atento que percebe o que está escondido atrás da boiada dócil ao comando do maestro. Este modo de abismar o poético para denunciar o social é que faz do seu poema uma fortaleza.
beijos
Causou Grande revolução!
Beijo, Tânia
Um bom poema, chama a atenção e tem apelo, Tania!
Beijo beijo.
A mão escarlate quando não lateja, bate.
Beijo, violeta!
Assim seja, Taninha.
Que o acordar nos mostre sonhos; e não pesadelos.
Beijos!
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