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bifurca-me: a devassidão
dos dias claros
anestesia-me
as vísceras.
quero meu outro,
guia da retaguarda
corpo trêmulo
a se estender na estrada
– ponte para meus abismos.
bifurca-me
: tenho medo
do fulgor sem
contraparte
da vida sem matizes
condenada a ser parte
– simulacro de inteireza;
ontem vi tantos
monstros cintilantes
pés e braços viciados
a querer me levar
para o ordinário
caminho do bem.
não há vertigem
no firmamento
qualquer lugar
onde meu corpo dance
à música de uma lamparina
– não há esquinas
em caminhos retos...
bifurca-me
: eu Te peço,
insolente, deus da Escuridão;
devolve a parte
de mim onde
germinam os versos
minha estrada
de regresso
à origem.
5 comentários:
Que poema vigoroso, possesso. Parece não ter ficado nenhum resíduo para dizer depois.
beijoss
Bela poesia.
vigoroso poema
beijo
Taninha-poeta,
Muito belo!
Fiquei pensando do corpo sem sombra,
de um elemento refratário onde a luz passa, mas não fica. Mas o que fica?
Grande beijo!
a pele raspada administrando a voz, a tua imensa voz, taninha!
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