14 de junho de 2013

Colóquio amoroso entre a sanidade e a loucura


Imagem: Kleemass



em algum lugar,
a brisa se condensa em farpas:

silfos,fadas e hamadríades
tramam teias invisíveis
a delimitar fronteiras.

o vento tem
superpoderes
música que embala
o braço mais frágil
do flamboyant.

às vezes,
enfurece
assovia
verga
a altivez
da árvore
mais antiga.

noutras,
contenta-se
em ser parede
invisível
que separa
dimensões.

quem sabe
o vento seja
a única pele
que aparta
um corpo
do outro

quem sabe
enlace-os
pela cintura
sanidade
e loucura
num colóquio
amoroso.

10 comentários:

Unknown disse...

uns e outros em colóquio amoroso para vento árbitro-arbitrário: tudo num qualquer lugar... dentro de si.

tão bonito isto, taninha! adoro estes diálogos entre ti e a jô em torno de fotografias.

beijos tantos!

António Eduardo Lico disse...

Bela poesia.
Bom fim de semana.

José Carlos Sant Anna disse...

Vês-me aqui agora ao teu lado, Tania?
Que poema bem construído. Percorri cada verso atiçado pelo vento nu da tua lira e afundei sereno.
beijoss

Unknown disse...

entre um e outro, a intersecção



beijo

AC disse...

Um colóquio amoroso que deleita, só de perspectivar...
(Tânia, o seu rodopio interior adivinha-se tão rico que... as palavras têm dificuldade em acompanhá-lo, apesar de elas serem suas amigas. Há por aí matéria para imeeeeensa poesia!)

Beijo :)

Anônimo disse...

Quem sabe? Você falou com tanta propriedade. é essa a impressão que temos. De que às vezes é apenas uma questão de um simples ajuste.

Estou ainda a enamorar a imagem...

Beijo!

cirandeira disse...

O vento que sopra para ti está sempre renovando tua pele poética, sussurrando cada vez mais poesia em teus ouvidos!!!

beijos, querida!

Eleonora Marino Duarte disse...

levei para mim esta imagem:

«quem sabe
o vento seja
a única pele
que aparta
um corpo
do outro».

um poema muito bonito, Tanita, parabéns!!!!


um beijo.

Cris de Souza disse...

Voz de vento em popa!

Beijo, violeta*

Cissa Romeu disse...

Taninha,
sanidade e loucura...
Um pouco de sanidade na loucura, e um pouco de loucura na sanidade..., nem sempre existem fronteiras definidas. Existirão então limites?
Muito belo!
Fiquei pensando muitas coisas. Bela reflexão.

Beijos!