Acomete-me a dor
dos deuses ausentes
a mudez do oráculo
as cicatrizes
das asas arrancadas
por bisturi.
Retiraram a fórceps
a criança estendida
ao longo do ventre
mataram a semente
da árvore a parir.
Tenho sonhos encobertos
por tarjas pretas
lucidez que desfaz o vermelho
do céu para o qual eu erguia o olhar
esperando que as estrelas
16 comentários:
E com sagaz sutileza faz-se de uma real estupidez, o lírico e poético expressar da dor.
Ficamos eufóricos com demasia conjunção de palavras, acometido de beleza poética.
Parabéns
Abraço
Ah, ia esquecendo, a imagem também de uma sutileza e beleza incomum para o tema.
Abraço de novo.
"sonhos encobertos
por tarjas pretas"
Deuses ausentes ou inexistentes, não há diferença, as orações voltam em eco.
Belo poema, Tânia!
Beijo.
muito bonito seu estilo.
O Tãnia, sei que você percebeu meu desencontro no comentário na postagem Desamparo, mas foi elegante. Escrevi para Cirandeira no espaço que deveria ter sido para você. Poderia brincar: como é o nome do filme? Já respondo: "Trocando as bolas". Meu pedido de desculpas.
Como já somos uma família, sei que estou penitenciado e as culpas remidas.
Poema fortissimo, Tânia. Não há como destacar um verso, mas a beleza da construção em que o Eu deixa claro a sensação de vazio, a dor provocada pela ausência dos deuses e a visão mítica do olhar para céus, como se lá pudéssemos encontrar as respostas às dúvidas existenciais: "erguia o olhar esperando que as estrelas sangrassem sobre a minha pele".
beijoss,
quantas são as sementes em nós que nunca floriram?
adorei
beijinho
Profundo e forte. Quase uma oração antiga. Sim, por muitas vezes nos vemos sós e sempre precisamos de alguém por quem rogar...
http://himperiter.blogspot.com
Tânia,
triste, triste, guria!
os deuses sangram
os meus olhos
quando os fito: aflito
beijo
Tânia, na sua poesia você disse que os deuses estavam ausentes. Na verdade, não tem a minima importância a ausência dos deuses quando se o DEUS verdadeiro no coração.
Continue poetizando a vida.
Bj
Ual!!!
Que intenso teu poema Tânia! ainda em estado de admiração!
no dia em que as estrelas sangrarem sobre a pele deixo de me preocupar com os deuses que não aprenderam a rezar.
beijos, taninha!
permita-me beijar os seus pés...
O que a vida nos apresenta de luta, dificuldades e tristeza faz sangrar o coração.
Beijo, Tania.
céu sangrento... pele em arrebol!
linda imagem poética, Tania!
beijo!
Tenho sonhos encobertos
por tarjas pretas
lucidez que desfaz o vermelho
do céu para o qual eu erguia o olhar
esperando que as estrelas
sangrassem sobre a minha pele.
Sem palavras, lindo poema!
bjos.
Postar um comentário