3 de outubro de 2014

O canto de um pássaro trovejante




Arte: Jana Briké


Na cópula das nuvens
um relâmpago
ficou grávido de mim.

Minha alma é
um pássaro que troveja;

meu canto primevo
emergiu nas tempestades
e os gorjeios escorriam
pelas telhas estreitas;

mas a melodia das tragédias
tem a suavidade da seda
e a luminosidade súbita
dos que leem em letras de fogo.

4 comentários:

Graça Pires disse...

"a melodia das tragédias
tem a suavidade da seda
e a luminosidade súbita
dos que leem em letras de fogo."
Muito belo!
Beijo.

Sônia Brandão disse...

Da cópula das nuvens
nasce um pássaro
prenhe de poesia.

Belo poema, Tania.
bjs

Sandra Cristina de Carvalho disse...

" Minha alma é
um pássaro que troveja;"
Lindo, isso.
Os momentos mais sublimes são edificados após grandes calamidades.
Como sempre, belo poema!!!!
Paz e Luz!!!!

José Carlos Sant Anna disse...

Essa cópula de nuvens é pulsação, é impulso, é luz e sombra, é pássaro trovejante, mas é também o perto e longínquo que se reúnem na concavidade do silêncio da criação.
Você nunca saiu de mim... sempre me iluminando!
Beijos para todas as saudades!