4 de setembro de 2014

Coito azul-metálico



Do 111º Desafio Poético com Imagem - Arte: Pamela B. Chávez 

Andorinha
pra ser mulher
abdica do céu
e decepa asas.

Enamora-se
do jardineiro
e encanta-o
com o gorjeio
sob as flores
de azaleias.

O primeiro coito
é azul-metálico
e tremula o corpo
como asas invisíveis.

“Voar ainda é possível!”
 – balbucia o pássaro
ao pé do ouvido do amante.  


2 comentários:

Sandra Cristina de Carvalho disse...

Belíssimo poema, Tania. Nossas asas não são visíveis e, a nossa capacidade de voar depende muito mais daquilo que os nossos sentidos são capazes de alcançar.
Beijos.

Márcia Luz disse...

Sempre é possível! :)