Resposta ao 101º Desafio Poético com Imagens - Imagem: Gottfried Helnwein
Córneas
íris
pupilas
retinas
: a excêntrica
anatomia
da cegueira
sustenta-se
de sentidos
recém-nascidos;
olhos cegos
usurpam amanheceres
sob pálpebras tenras
na ânsia de forjar
novas direções.
Nem o brilho Inocente
dos pirilampos está a salvo
das órbitas esbugalhadas
daqueles que não enxergam.
8 comentários:
[Mas apanhadas pelo tato
fitam-nos caladas
e toscamente as compreendemos...]
A tua dicção sempre me deixa fascinado...
Beijos, Tania
A cegueira tem múltiplas facetas. e sua excêntrica anatomia lírica está habilmente retratada neste belíssimo poema. Parabéns!
Beijo.
enxergar é uma viagem que requer coração e não olhos
saudade dessa voz tamanha!!!
bjs,mulher tão querida
Concordo com o Celso, e acrescentaria que há também aqueles que veem e não querem enxergar, talvez porque fiquem ofuscados com o brilho da claridade. Quem sabe?
Saudades, saudades, saudades!!!
Beijos, poeta querida
Excelente poema. Mas eu digo: só não vê quem não quer, desde que o coração sinta...
Um beijo.
Há quem seja cego e há também os que não querem ver...Não seu qual será a pior cegueira...
Gostei do que li. Parabéns,
Beijo e boa semana.
graça
Eis aqui uma míope (também no sentido literal :) que a cada desilusão enxerga novos contornos que não percebia antes.
Imensa tua Poesia, Taninha!
Grande beijo, um beijão, para ser mais exata :)
Quando enxergamos apenas com os olhos físicos, apenas vemos. Enxergar é mais que ver, é contemplar com a visão interior.
Belo poema, Tania!!!!
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