14 de janeiro de 2014

langue verte





Foto: web


(Para os meus)


Os meus
Encontro
Pelo faro.

Farejo
Pássaros
Amaldiçoados
Arapucas de veias
Voos frustrados.

São eles, eu sei:

A exaustão do corpo
Reduziu as asas
A delírios e lágrimas;
Hálitos embriagados
Pelo vinho da ausência.

Com os meus
Eu converso
Em langue verte.

Huginn e Muninn
Gorjeiam sobre
O mundo lá fora
Enquanto dói--nos
O membro amputado.

Os meus
Sofrem de
Dores fantasmas.

As asas suprimidas
São feridas invisíveis
Que jamais serão curadas.

Eu os encontro
Também pelo olhar:

Asas ruflantes
Em ânsia do voo.

8 comentários:

José Carlos Sant Anna disse...

As imagens são um aceno para o melhor dos voos num timbre que destila inquietações e dilemas, mas revela uma poeta versada que não hesita ao mover as pernas nesse mundo onírico tão denso com o qual nos corteja.
Beijos, Tania (que você me deixou sem fôlego, rs)!

araucariapoemas.blogspot.com.br disse...

Taninha querida ,que essas asas suprimidas,se libertem em voos cada vez mais lindos e leves com este teu poema.Perfeito!Beijo grandão.

Ira Buscacio disse...

Impecável! um poema-mulher com o fino sangue exato do feminino.

bj, tuas asas, minha amadíssima

cirandeira disse...

Tua poesia está cada vez mais refinada, teu faro poético vai ficando mais aguçado para alçar belos voos imaginários.
Parabéns, poeta!!!

Um grande beijo

Cecília Romeu disse...

Taninha,
um voo, o teu voo a agrupar tudo o que há de mais sublime e pouco volátil, os afetos.

Beijos e beijos!

Unknown disse...

possessivos a acender candeias plurais nestas asas e voo de ânsia para cada instante simples que de tanto dito fica polidos e não gasto.

que maravilha, taninha! eis-me aqui amputado de reação.

beijos mil!

Cris de Souza disse...

Verte lira alada!

Minha querida, a tua pena está cada vez mais elaborada.

Beijo, violeta rara*

voo do jogral disse...

belo poema que canta com a voz do ser em toda sua essência! parabéns!