Imagem: web
A cabeça
Cheia de pássaros
Pupilas aladas
Um ruflar urgente
Dos véus do Mistério.
Antes de ir, libertou
Os pássaros negros
Da órbita dos olhos.
Amou o Amor sem forma
Da grande Musa etérea
E enlaçou seu próprio corpo
Num abraço derradeiro.
De mansinho, deixou a roupa azul
O fogo do olhar na boca da noite
A arma de aço que coroava guerras
A vontade de existir de verdade.
Viera-me a Morte dizer que ele
Era sonho que eu havia sonhado
Era corpo de vida soprada
Pela força da imaginação.
Agora ele inexiste
oficialmente
: consta no atestado de
óbito.
(Baby, não acredito em
papéis, atestados, rabiscos
que validam a existência dos homens)
Escreve uma carta com letras de nuvens e me diz
Quantos deuses dançaram na festa da tua chegada.
E aparece, Baby... Rasga a película do tempo
E volta só para mais um abraço.
6 comentários:
Um chamado comovente, desses que fazem eco no peito. pensei em todos os abraços que ainda espero retorno.
vc me honra com tanta sensibilidade, minha queridona mulher de todos os pássaros
bjs e um abraço de ninho
Poema de fazer escorrer as nuvens dos olhos, Taninha...
Beijos!
Porque nem sempre os olhos bastam para crer na vastidão é que o seu poema "Rasga a película do tempo" para ressoar onde há outras luzes.
Beijos, Tânia!
Eis um poema de fôlego, amiga Contreras. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma boa noite.
Tocante feito os guardiões...
sussurro de sensibilidade suprema a a escalar este corpo de vida soprada que umas vezes julgo existir, outras nem sei dizer...
beijo tantos, poetamiga das palavras-pele!
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