7 de janeiro de 2014

As côncavas ondas da saudade





Foto: web
(A Baby, em seu novo mundo)


Baby
Imagino-te
A olhar um mar
De ondas côncavas
E um infinito feito
De torres de concreto.

Mudaste o foco, Baby...

Ouço-te contar ainda
Histórias de assombração
Onde os fantasmas são homens
Que já não carregam lírios no olhar
E dançam ao tilintar de moedas
Que rasgam o fundo dos bolsos.

Baby
Às vezes eu olho as nuvens
Procurando a porta por onde
Passaste na hora de ir embora.

Te disse tanta coisa, Baby
Como se fosse a última vez
Como se pressentisse um menino
Surgindo por dentro do homem
Que se encolhia aos poucos pra
Renascer por trás dessa parede
Invisível que não consigo transpor.

Baby
Eu não te disse adeus com todas as letras.
Eu te disse adeus com todos os sonhos
Olhos embevecidos do infinito curto
A nossa linha do horizonte, Baby...
Promessa de eternidade e reencontro.

Baby
Era adeus o brilho perfurante
Do meu olhar nos olhos teus.
Era adeus, Baby, mas não ousei
Pronunciar a palavra maldita.

Nem um aceno
Nenhuma lágrima
Apenas um aperto de mão:
Vai, Baby, vai...mas... que saudades!



2 comentários:

cirandeira disse...

Muito belo teu poema-canção. Quando
a partida de alguém que nos é querido é inevitável, fazemos o que nos é possível; quando se é poeta chora-se POESIA!

beijos, querida!

Anônimo disse...

Maravilhosamente rico em melodia e imagens.

Imagens que encheram meus olhos de lírios...

Beijo, minha linda!!!

P.S.: Taninha, em meu livro, dedico um poema a você.