12 de novembro de 2012

Desamparo








Desampara-me
a ausência de mistérios
como se no fundo
dos teus olhos
houvesse apenas 
cicatrizes.

16 comentários:

Primeira Pessoa disse...

as cicatrizes nos lembram de que todo o sofrimento passa, mas o ter sofrido, não.

a sensação de desamparo é uma das piores de que tenho notícia, uma das piores invenções do homem.

cirandeira disse...

O mistério nos inquieta e nos desafia;algumas cicatrizes podem,
às vezes, ser consequência da busca
em desvendar algum mistério, têm
uma história, um passado...

beijos

Unknown disse...

ausência de mistérios não é um bom sintoma,



beijo

Unknown disse...

Os incógnitas da vida são os verdadeiros mistérios que enfrentamos. E muitas das vezes deixa-nos muitas cicatrizes.
Talvez isso tudo nos deixem mais fortes para enfrentar os percausos que nela encontramos.
Abraço

dade amorim disse...

Tania, poema e imagem fazem um conjunto tão forte que impressiona.
Beijos pra você.

marlene edir severino disse...

Ficam cicatrizes: resquícios de
sofrimento, não há como apagá-las, mas suavizar é possível.

Desamparados somos todos, querida Tânia!
Solitários seres.
[... os poetas, então...]

Neste instante divido esse sentimento contigo: nenhum desamparo há.

Beijos, Tânia!

José Carlos Sant Anna disse...

Ci, já sei que você esteve me visitando, e a sua chave não abriu a minha porta. "...A casa está aberta, o jardim está florido, já escuto os teus passos..." Vem. Esta sensação de desamparo vai desaparecer! rsrs.
beijoss
José Carlos

Luiza Maciel Nogueira disse...

bonito isso, como se em cada cicatriz morasse um segredo

beijos!

Domingos Barroso disse...

apenas um abraço
longo e silencioso
...


belo, belo, belo!

Marcantonio disse...

Feridas no fundo dos olhos, Tânia, é uma bela e desafiadora imagem. A cura do mistério seria a fixação apenas de imagem-cópia, ou seja, memória? Fiquei a pensar no oposto, também de plural sentido: o que seriam feridas abertas no fundo dos olhos? As experiências ainda não compreendidas?

Tenho a impressão que as imagens mais fecundas são aquelas que não se esgotam em si mesmas, mas também provocam a reflexão sobre seu contrário.

Feliz de ver que os poemas se sucedem aqui.

Beijo.

Bípede Falante disse...

Tânia, comentei lá no Mínimo.
Mas volto a falar por aqui.
Estou com leve insônia, então, tenho tempo.
O desamparo é condição da espécie.
As mães tentam nos ensinar a tecer o próprio cobertor. Os pais a viver sem.
A gente tenta se aquecer de amor e cobrir de amor outro alguém.
Mas o desamparo tem pernas próprias. Talvez seja uma centopeia. Pode ir perdendo uma perna por dia que nunca chega ao fim.
Disse lá que o seu poema era incrível. E digo aqui.
Muito.
Muito raro.
Beijoss
BF

R. Vieira disse...

Profundo, belo e intrigante!

Gostei da intensidade dos versos.

Bom demais aportar aqui!

Ira Buscacio disse...

O poema colou na imagem e chutou-me a cara de espanto
Quantos desamparos habitam nossos passos que caminham morrendo?
Novamente, espanto! espanto!
bjão, Tânia

LauraAlberto disse...

cicatrizes são tempos que passaram mas nunca passam

beijinho

Joelma B. disse...

vai ver que o amor é cego justamente pra preservar os mistérios, hein?

beijo!!

Márcia Luz disse...

Quanta poesia, Tânia!
Lindo, lindo, lindo!