4 de novembro de 2011

Antagonismo



Chegou o tempo
de discordar de mim mesma.
Tempo de coragem
De me olhar nos olhos e divergir
De frear meus passos e desistir
Enquanto eu mesma caminho, resoluta.
Chegou a vez da discrepância
Da ira num olho e a calmaria no outro
Da obstinação e da renúncia
Do silêncio ênfático e da pronúncia
Do corpo fendido ao meio.
Chegou a hora do fim e do começo
Do caminho livre e do embaraço
De desunir as mãos e declinar da prece
[que os deuses evocados antagonizam-se.

25 comentários:

João A. Quadrado disse...

[dominado o espelho,

todo o corpo na palavra se condiz,
acontece e prediz.]

um imenso abraço, Tânia

Leonardo B.

O Neto do Herculano disse...

Chegou o tempo
do desassossego

Chegou do tempo da poesia.

Unknown disse...

eis o alvoroço da existência: o tempo que não nos cabe em si,



beijo

Wilson Torres Nanini disse...

Tânia,

todos precisamos desses instantes de nos olharmos com os olhos da coisa observada.

Abraços!

Marcantonio disse...

"Ira num olho e a calmaria no outro", ótimo! Esse olhar divergente não há de focar o óbvio, o apenas aparente, o conformado.

Beijo.

Claudinha Antunes BA disse...

Taninha,
Não lembro de ter escrito isso, mas parece que saiu de mim...rs...
Especialmente qdo se trata "do caminho livre e do embaraço"...
Bjs, Querida!
Um fim de semana de Paz e Plenitude!!

marlene edir severino disse...

E esse tempo acontece imprevisível, novo,
no instante presente!

Beijo, Tânia

Bípede Falante disse...

E há de ser uma hora tão vulcânica quanto criativa :)
beijosss

Fred Caju disse...

Todo dia é tempo, todo tempo é dia.

Celso Mendes disse...

a vida é um antagonismo constante. o tempo onde discordamos de nós mesmos é o tempo onde ficamos um pouco mais sábios.

belíssimo poema, Tânia.

beijo.

dade amorim disse...

Desses momentos nascem novas vicões do mundo, criações e mudanças. Momentos férteis, esses.

Beijo beijo

Joelma B. disse...

Discordar de mim mesma... nunca pensei nisso! Estou precisando tomar essa atitute...

Beijinho carinhoso, Tânia

Suzana Martins disse...

chegou o tempo de silenciar diante das suas palavras...

beijos e ótimo final de semana...

Andrea de Godoy Neto disse...

e esse tempo é o tempo de renascer, de se refazer, de sermos nós e nossos nós aparentes ou não

adorei, Tânia! muito muito...

beijão pra ti

Sândrio cândido. disse...

Chegou o tempo de olhar para você mesma e despir-se daquelas que em você não podem ser você mesmo que reflitam você
coisa louca isto

Beijos

Daniela Delias disse...

E são bons esses tempos...

Bjo, bjo!

Adriana Riess Karnal disse...

esse tempo que desacomoda é redundante em simesmado- temporário. é o tempo ao contrário o que acalma.

cirandeira disse...

Saudemos esse tempo!. tão temido e esperado, porque cheio de surpresas
que advirão, tempo de maturidade, de renascimento, de incertezas e de
um recomeçar com passos mais firmes
e cautelosos para o descortinar de
um horizonte, quem sabe mais amplo,
e muito mais rico!!!
Feliz de quem consegue admitir e abrir os braços para um tempo que
se anuncia tão prolífico, tão verdadeiro!
PARABÉNS pelo poema, Tânia, e que ele se instale em tua vida da mesma
maneira que o concebeste!

beijos

Anônimo disse...

quantas vezes a imagem que o espelho nos devolve não é a nossa imagem?

Abraço
LauraAlberto

Cris de Souza disse...

chegou o tempo de trocar de pele...

belo poema, violeta!

Domingos Barroso disse...

e no fim,

nunca seremos nós mesmos
...


Beijo carinhoso.

Jorge Pimenta disse...

todo o tempo é o tempo, o momento, o lugar e o ser que os invoca. seja em cisão absoluta, seja em convergência contínua, mesmo que do outro lado da voz a matéria e o reflexo saibam de que somos feitos: alvoroços e tempestades.
beijo, taninha!

Tuca Zamagna disse...

Fogo nas ventas
às brisas, aos ventos
todos doces, dulcíssimos
todos incendiários!

Beijo

Domingos Barroso disse...

à renovação,
à pele e à alma
teus versos me levam
...

Beijo carinhoso,
Tânia.

ju rigoni disse...

Querida Tania, estive ontem por aqui, lendo seus três últimos poemas, mas não consegui comentar. Não sei se um problema da minha conexão (que não é lá essas coisas...) ou do próprio Blogger.

Três poemas viscerais. Em minha leitura, muito pessoal,intimamente ligados entre si e expondo as dores do crescimento pessoal e espiritual, - a urgência de um
amadurecimento - para enfrentar determinadas situações da vida. Todos me disseram muito. Sobre mim.

Bjs, poeta. Bom domingo. Inté, linda!

ps - Lindo também o presente do Assis! Parabéns aos dois!