13 de abril de 2010

Textos de estrelas



Se não havia Deus,
de quem era o lúcido olhar
por detrás da loucura,
a infundir-me à alma textos de estrelas?
Se não era Deus,
quem explanou na noite a lírica expressão do silêncio,
de sílabas largas e tímidos elos?
Se não era Ele,
quem coagiu as veias a expulsar os versos,
e da mudez herética fez brotar poemas?
Se não era Deus,
que estranho ímpeto acorreu-me nas horas cruas...
Quem habitava o templo erguido
à força oculta das Palavras?

(Tânia Contreiras)

3 comentários:

Anônimo disse...

Querida Amiga,

Que delicioso dilema é o vosso!...
Mas creia-me, quem habita esse templo erguido à força oculta das Palavras, como bem diria o poeta do povo: são as suas mil faces secretas, os "eus", os poemas, esse mesmo que você acaba de escrever e me brindar...
Pena que eu não trouxe a chave para penetrar surdamente nesse Templo, nesse Reino... e fazer-lhe um poema ou um verso que seja de palavras simples e boas de cantar... Mas agora, "não sei o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou!"
Bjo.
Sam

Tania regina Contreiras disse...

Sua presença é um poema, queridíssimo amigo Sam! E você veio - que bom!
Beijos

Marcio Rufino disse...

Cara Tânia,

Adorei esse seu poema que fala de Deus de forma muito singular. Muito obrigado por sua doce presença no blog do Pó de Poesia. E gostaria de convidá-la a visitar http://emaranhadorufiniano.blogspot.com ler meus poemas e deixar por lá seus valorosíssimos comentários. Estou seguindo vcs. Bjs!!!