Se não havia Deus,
de quem era o lúcido olhar
por detrás da loucura,
a infundir-me à alma textos de estrelas?
Se não era Deus,
quem explanou na noite a lírica expressão do silêncio,
de sílabas largas e tímidos elos?
Se não era Ele,
quem coagiu as veias a expulsar os versos,
e da mudez herética fez brotar poemas?
Se não era Deus,
que estranho ímpeto acorreu-me nas horas cruas...
Quem habitava o templo erguido
à força oculta das Palavras?
(Tânia Contreiras)
3 comentários:
Querida Amiga,
Que delicioso dilema é o vosso!...
Mas creia-me, quem habita esse templo erguido à força oculta das Palavras, como bem diria o poeta do povo: são as suas mil faces secretas, os "eus", os poemas, esse mesmo que você acaba de escrever e me brindar...
Pena que eu não trouxe a chave para penetrar surdamente nesse Templo, nesse Reino... e fazer-lhe um poema ou um verso que seja de palavras simples e boas de cantar... Mas agora, "não sei o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou!"
Bjo.
Sam
Sua presença é um poema, queridíssimo amigo Sam! E você veio - que bom!
Beijos
Cara Tânia,
Adorei esse seu poema que fala de Deus de forma muito singular. Muito obrigado por sua doce presença no blog do Pó de Poesia. E gostaria de convidá-la a visitar http://emaranhadorufiniano.blogspot.com ler meus poemas e deixar por lá seus valorosíssimos comentários. Estou seguindo vcs. Bjs!!!
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