30 de setembro de 2017

Entoando




Imagem: sarolta ban


Das vozes
íntimas
uma se cala
muito cedo
e espera.
Não se sabe
se sonho
a doce canção
da memória
e a promessa
de um dia
um dia, novamente
ainda que sem
registro na agenda.
Das vozes
antigas
uma se recolhe
muito cedo
e aguarda.
Bem quando
começamos
a falar ela se vai
para que o guia
seja descoberto
dentro, bem dentro
bem fundo, se
não temermos
o abismo e seus
olhos sedutores.
Um dia ela volta
e diz que já chega
de alaridos
de desencontros
de coral desafinado
: recobro os sentidos
múltiplos sentidos e
entoo a canção que
sempre foi minha, com
a voz que sempre foi
minha, do jeito que
sempre fui eu, e voo
embalada pelo meu
próprio canto.

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