2 de novembro de 2014

A casa da multidão




Do 120º Desafio Poético com Imagens - Arte: Arte: Abbey Watkins.



A multidão desvairada
dilacera-me por dentro a carne;

meus poros vaginizam-se
pra expulsar sombras cativas;

Depois
tudo é silêncio pairando
sobre o alto da cabeça;

mas também estridência e Lua
nova
crescente
cheia
minguante;

E agora que a inconstância é lei
eu já não sei se amanhã virei
usando esta mesma face.

2 comentários:

Unknown disse...

As tantas faces de um eu em fases férteis e obscuras. Será entre os demônios, a concepção do silêncio ou no convívio entre aqueles que da palavra arrancam a invulnerabilidade da poesia?

Beijo grande, poeta querida!

Breve Leonardo disse...


[nas casas incertas

no corpo que habitamos
todos os dias reinventado,

todos os dias
nasce uma multidão.]

um imenso abraço, Tania

bL