30 de julho de 2014

Pelas mãos de Tarcila, a parteira


Do 105º Desafio Poético com Imagens - Arte: Ronda Saunder

Quando nasci
eu era só olhos.
A parteira amparou
o par de assombro
nas mãos calejadas
e sem dizer nada
rogou aos céus que
eu não me perdesse
no mundo largo que
estava fadada a ver.
 – Fecha-se, bebê;
ainda é cedo pra saber
da vida inteira de uma só vez!

5 comentários:

Celso Mendes disse...

Belíssima integração texto-imagem: um poema que faz jus à imagem que o inspirou!

Sandra Cristina de Carvalho disse...


Bem, a nossa mãe costuma contar que nasci de olhos abertos, numa época em que ainda era pouco comum...
Coisas de família. Se vc era só olhos eu abri os meus antes do tempo pra saber em que chão eu iria estar pisando.
Lindo poema e senti nele algo de triste, não sei expressar o porquê. Mas deu-me vontade de chorar.

André Foltran disse...

Além-olhos é tudo espanto.

Primeira Pessoa disse...

abre-se um poema fundo.

beijão,

r.

Primeira Pessoa disse...

abre-se um poema fundo.

beijão,

r.