6 de julho de 2013

A Morte engravida









A mulher abrirá as pernas
No rebentar das águas
Que me trará à vida.

O canal vaginal da morte
Estreita-se mais do que o da vida.

Passarei espremida pelo
Túnel iluminado por
Luzes multicoloridas.

Um homem alto
Estapeará minha bunda
E chorarei profundo
Na primeira respiração.

Enquanto isso
A Morte engravida.

Ela espera a menina
Que ainda espero ser
Até o final da vida.




4 comentários:

Unknown disse...

eu lembrei de uma canção de Gil que diz: morrer deve ser frio como na hora do parto




beijo

cirandeira disse...

A morte está sempre à espreita, no ir vir da vida!

beijos

José Carlos Sant Anna disse...

Esta origem é grandiosa com halo poético raro, revela muita sensibilidade da criadora. Um olhar aguçado... Valeu para o domingo à noite, Tânia!
beijoss,

Unknown disse...

uma viagem pelas estrelas femininas onde morte e vida são pólos para constelação maior. maravilha, taninha! e a palavra a rufar alvoroços...

beijo meu!