A Morte engravida
A mulher abrirá as pernas
No rebentar das águas
Que me trará à vida.
O canal vaginal da morte
Estreita-se mais do que o da vida.
Passarei espremida pelo
Túnel iluminado por
Luzes multicoloridas.
Um homem alto
Estapeará minha bunda
E chorarei profundo
Na primeira respiração.
Enquanto isso
A Morte engravida.
Ela espera a menina
Que ainda espero ser
Até o final da vida.
4 comentários:
eu lembrei de uma canção de Gil que diz: morrer deve ser frio como na hora do parto
beijo
A morte está sempre à espreita, no ir vir da vida!
beijos
Esta origem é grandiosa com halo poético raro, revela muita sensibilidade da criadora. Um olhar aguçado... Valeu para o domingo à noite, Tânia!
beijoss,
uma viagem pelas estrelas femininas onde morte e vida são pólos para constelação maior. maravilha, taninha! e a palavra a rufar alvoroços...
beijo meu!
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